Ouvi coisas interessantes hoje que se tornam ainda
mais interessantes por ser este o último dia do ano. É inevitável a gente ficar
um pouco mais pensativo, analisar como
foi seu ano, se os planos traçados foram alcançados, o que levar para 2012 e o
que deixar para trás.
Eu particularmente não tenho
analisado só o último ano, mas o que tem acontecido na minha vida até
aqui. Acabei fazendo isso por acaso
hoje. Num bate papo bem bacana, descontraído, uma pessoa me perguntou como vim
parar aqui em Recife e ai foi uma revisão de pelo menos 10 anos da
história...ufa. Rever toda essa trajetória no último dia do ano assim,
inesperadamente, foi muito bom. Reforçou o sentido de muita coisa pra mim
que andava apagado e trouxe um renovo pra continuar neste caminho em 2012.
Tem algo que eu tenho percebido
ao fazer esta análise: Eu tenho nenhum controle sobre a minha vida.
Foi engraçado como eu percebi
isso. Viajo bastante, principalmente a trabalho. Quem me conhece sabe do meu
desconforto ( no mínimo) em viajar de avião. Não chega a ser um medo que me
impeça de utilizar este meio de transporte, como paralisa muitas pessoas, mas
realmente não é algo que eu goste muito.
Na minha última viagem deste ano,
sozinha, eu precisava dirigir 3 horas da cidade onde estava para pegar um vôo e
ir pra casa. Ao sair 6:30 o tempo estava muito ruim. Muita chuva e boa parte da
estrada com uma neblina intensa. Mas eu não tive medo algum, mesmo sabendo das
curvas da estrada, do mau tempo e do intenso trafego de caminhões que
encontraria pelo caminho. Quem estava ao volante era EU. O ” controle” da minha
vida estava nas minhas mãos.
Então eu entendi que meu medo de voar era porque eu sequer
via o piloto na cabine. No meio de uma
turbulência não dá pra ver se ele está tranqüilo, seguro, ou desesperado sem
saber o que fazer. Eu não tenho controle de absolutamente nada. Preciso confiar
que ele sabe fazer o que precisa ser feito.
Mas vamos voltar ao que ouvi de
interessante hoje pela manhã. Tomando meu café pra sair assisti parte um debate
na TV. Como a maioria dos programas nesta época do ano faziam uma
retrospectiva dos fatos de 2011.
Chamou-me muita atenção algumas
colocações, tendo como base uma entrevista que fizeram com um filósofo Ateu
chamado Alain de Botton.
Nesta discussão, dentre outras
coisas, analisaram colocações do tipo: o homem criou Deus e não Deus criou o
homem.
O homem criou Deus para poder controlar a violência que o homem proporciona ( criando um Deus que vai-lhe punir se você
for mau, você terá medo, portanto irá controlar seus impulsos violentos) e
também para nos dar respostas sobre o nosso fim, ou seja, lidarmos com o medo
da morte.
Uma das pessoas disse que como
foi libertador saber que o homem criou Deus! Que depois de descobrir isso tudo
fazia sentido. As tragédias, guerras...Porque se Deus existia, como explicar que guerras
aconteciam em nome D´Ele? Que Deus cruel.
Debatendo mais um pouco disseram
que a religião tem decaído desde o século XIX, inclusive que Deus morreu no
referido século, e desde então as filosofias o tem matado, o tem tirado do
nosso meio, dos nossos valores, das nossas referências. Não mais precisamos ou não
mais “usamos” Deus para nos conduzir
moralmente. Não precisamos mais de um paraíso quando morrermos, ninguém pra nos
dizer o que é certo ou errado. As coisas acontecem aqui e ficam aqui.
Estamos então substituindo o
lugar que a religião deixara por outras coisas para nos ser referência e nos
guiar pela vida. A sabedoria e beleza precisam ser disseminadas ( segundo o tal
filósofo). Isso deve nos guiar.
Que reflexão interessante. Deus
morreu. O deus que o homem criou. O deus que não era mais útil, pois agora
temos a sabedoria e beleza pra conduzir nossa vida.
Mas mais interessante ainda foi
uma fala jogada ali no meio: Somos seres vazios de significado.
Mas sabedoria e beleza não estão conseguindo
dar significado à nossa vida?
O homem criou deus para lhe dar
respostas sobre a vida, aqui e futura. Mas não foram respostas satisfatórias.
Então matamos esse deus, resolvemos o problema. Nossa como é fácil e simples!
Vamos agora atrás de outras coisas
pra suprir este vazio, e olha que a prateleira está cheia delas: liberdade,
dinheiro, conforto, tecnologia, sabedoria, beleza!
Mas o homem continua vazio...e agora?
Vamos matar a sabedoria e a beleza?
Eu tentei ver o resto do programa,
mas, no último dia do ano, não valia mesmo a pena perder tempo com ele.
É triste ver como as pessoas falam
de Deus e sobre Deus sem qualquer preocupação em conhecê-Lo. É o que eu penso, o que acho, o que eu criei,
mas nunca é o Deus que eu conheço. Ai fica fácil trocar Deus pela beleza, pelo
dinheiro, pela sabedoria....
Eu queria ver as pessoas ao menos
se dando de verdade uma chance de conhecer Deus pessoalmente. Queria também que
percebessem que não temos nenhum poder
de controlar nossa vida. Não temos como criar deuses que irão guiar nossa vida
com um sentido que realmente nos preencha.
Que o fato de estamos ao volante
e achar que temos o controle e o poder de criar respostas e sentido pra nossa
existência é ilusão. Assim como era ilusão eu achar que tinha o controle de
qualquer coisa pelo simples fato de eu estar ao volante.
Queria que conhecessem o Deus verdadeiro que não foi criado por ninguém. O
Deus que é antes de tudo e todos. E que ao conhecermos jamais o trocamos por
beleza, dinheiro ou qualquer outra coisa.
E que por fim mesmo não “vendo” quem nos conduz
possamos confiar que Ele sabe para onde estamos indo e que com Ele a chegada ao
destino é certa.
Haverá turbulências no caminho,
mas eu não preciso temer, pois meu Pai é o piloto.
Deus no guie pelo caminho hoje e
em todos os anos que temos pela frente.
Os textos estão ficando maiores. Até o final de 2012 vc escreve este livro. rs
ResponderExcluirA situação do ateu é de dar pena. O camarada precisa supor a existência de um deus, para negar esta suposição criada por ele. É um triste egocentrismo.
Quem sabe surge uma inspiração para um Best seller :)
ResponderExcluirGosto muito dos teus textos Fabi ;) é incrível como as pessoas insistem em fugir da Única Verdade e criar mentiras para satisfazer suas próprias vontades...
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